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A Arte Marcial Lusitana

KINGIUTARI - Sagrada, Tradicional, Pura, Mortal

KADAEKUSISPATHE - ou, a eficácia da Espada Sagrada no Caminho espiritual do Guerreiro

 

 
 


Bem-vindo à arte do Kingiutari, o caminho do guerreiro

Kingiutari é um sistema moderno de artes marciais Lusitano, e é o termo usado para representar todos os estilos, métodos, técnicas de combate e os tipos de armas brancas da Arte Marcial Lusitana, ou das técnicas de artes marciais lusitanas incluídas no Kingiutari, como também se pode dizer. Kingiutari literalmente significa "o caminho do guerreiro" em moderno Lusitânico (esta língua reconstruída baseia-se largamente na velha língua Lusitana, e é falada por apenas algumas pessoas hoje em dia na Lusitânia, que como todos sabem é o nome nativo da região das Beiras, no centro de Portugal). Kingi (lê-se kingui, o "g" é carregado) é a palavra Lusitânica para guerreiro, na verdade traduz uma espécie de guerreiro mas não no sentido militar (o rei de si mesmo, o herói anónimo, aquele que se vence a si próprio) e Utari é em Lusitânico a palavra para caminho ou via. O epíteto Kadaekusispathe que acompanha o Kingiutari (o caminho do guerreiro ou a arte do herói, como alguns membros da comunidade Lusa dizem) vem das palavras Lusitânicas Kadaekus (sagrado) e Ispathe (espada) e significa portanto "a espada sagrada", porque esta (a falcata e outras espadas) são as armas principais usadas hoje (como o eram no passado) no Kingiutari, outras armas tradicionais são também usadas, entre elas incluimos adagas, punhais, escudos, lanças, mocas, varapaus e paus com lâminas nas extremidades, muitas delas têm um elevado grau de perigosidade.

Uma demonstração de Kingiutari inclui sempre exercícios físicos, lutas corpo a corpo e de mãos nuas, duelos de espadas, paus e mocas - portanto combates armados e desarmados. Quanto aos combates de mãos nuas, ou às lutas, o método baseiam-se na Galhofa, mas as técnicas incorporam também uma forte influência oriental. É um combate silencioso o duelo, porque na verdade o combatente tenta superar-se a si mesmo; um derrotado pode ser um vencedor, e o vencedor de um combate pode sair ou ser o derrotado. No fundo as técnicas pessoais são o mais importante, embora extraídas de uma base comum. Hoje em dia, no começo do século XXI, o Kingiutari é somente praticado intramuros pelos devotos (novos e velhos) do renascido Paganismo Lusitano (não confundir com o neo-paganismo português), vindos maioritariamente do culto Revvane. No fundo pretende-se também praticar a arte para além do bem-estar físico e mental, como um método de auto-defesa. Ainda que o Kingiutari esteja ligado a certas cerimónias e rituais pagãos Lusitanos, procura-se a unidade do corpo e da mente. O cidadão comum português, os forasteiros não identificados com a identidade nacional Lusitana não podem entrar nem praticar as técnicas utilizadas no Kingiutari, porque não têm a preparação mental e uma correcta atitude pessoal e social em relação ao mundo espiritual e à natureza. Ao contrário do que acontece maioritariamente com as modernas artes marciais, onde o praticante e o "mestre" moderno apenas procuram reconhecimento social para alimentarem as suas ambições pessoais. Entre nós, cada principiante de Kingiutari que procura superar-se sabe que, o melhor guerreiro é aquele que sabe evitar um combate. Contudo, nunca se recusa um desafio! Os praticantes do Kingiutari estão obrigados a seguir um Código de Honra. Muito simples diga-se já. Porque se não fosse simples, não seria eficaz, sincero nem espiritual.

O povo Lusitano tem uma longa história de resistência e de combates. Muitos dos seus métodos envolvem elementos específicos de etiqueta ou rituais. Por exemplo, se um homem desarmado fôr desafiado para um combate, a ele é dado tempo para poder escolher a sua arma favorita antes de iniciar a luta. E mesmo, é-lhe dada a oportunidade de poder evitar o combate, se ele tiver sabedoria, ou se o momento for propício para tal. Existem muitas histórias, milhares, sobre lutas e guerras de resistência de antigos guerreiros Lusitanos (de Calaicos e outros povos nativos também) contra invasores estrangeiros, romanos, visigodos, árabes, etc., que no passado procuraram apoderarem-se das nossas terras. Quem não sabe a heróica resistência dos habitantes Lusitanos de Monsanto (a mais Lusitana das terras Lusitanas) que resistiram a um cerco romano durante seis anos, e que mesmo no fim se recusaram a entregar as suas armas. Mais recentemente, algumas estórias envolvem de uma forma pessoal os portugueses. O moderno Kingiutari reclama ter as suas origens no século V antes de Cristo, período onde se começaram a criar as primeiras confrarias de guerreiros Lusitanos e Calaicos por influência das primeiras invasões Celtas. As Lendas também reclamam, que a arte se iniciou ou estabeleceu-se com os primeiros jogos de guerra dos Lusitanos e de outros povos nativos que viviam (alguns ainda vivem hoje em dia, como os Calaicos e Cónios) no território que é hoje Portugal. No funeral de Viriato e de outros líderes e senhores da guerra Lusitanos, por exemplo, centenas de guerreiros Lusitanos morriam voluntariamente em combate entre eles, que duravam dias seguidos (até o fogo da pira devorar completamente o corpo do defundo), porque era uma honra acompanhar o seu chefe no Além, no mundo dos nossos antepassados. Outro exemplo para a origem antiga de Kingiutari, são as outras técnicas e artes marciais que ainda se praticam em Portugal (no norte da região da Lusitânia e na Calécia) como é o caso do Jogo do Pau, da Galhofa, e mesmo de uma dança antiquíssima de origem marcial como o é a dos Pauliteiros de Miranda, embora agora se utilizem paus em vez de espadas, claro. Repita-se, que hoje o moderno Kingiutari é um sistema que mistura todas estas artes e métodos de combate Luso-Calaicos e outras técnicas de raiz um pouco mais orientais.

Portanto, como arte marcial ou sistema de artes marciais, o Kingiutari é uma séria forma de auto-defesa e de combate, qualquer tipo de agressão é expressamente proíbida para os seus praticantes hoje em dia. As demonstrações de Kingiutari são feitas dentro da nossa comunidade, e muitas vezes diferem grandemente uma da outra, ainda que possam ser executadas com a maior precissão e perícia pessoais. Porque de outra forma, sem estas destreza e cuidado, um combate poderia resultar em ferimentos ou mesmo na morte de um ou de ambos os lutadores. Só por isso os iniciados no primeiro ano, para além da luta corpo a corpo só aprendem técnicas de manejar o bastão ou o varapau.

Sobre nós

A Associação Lusitana de Kingiutari (SLK) é o organismo que representa no país e em todo o mundo o Kingiutari (a Arte Marcial Lusitana) e está localizado na Lusitânia, na região das Beiras no centro de Portugal. Somos uma rede pertencente a uma comunidade em crescimento de praticantes e estudantes do Kingiutari que se juntaram de forma a desenvolver e trazer à vida moderna os conceitos físicos, morais e espirituais da via interior do antigo guerreiro Lusitano.

Nós não estamos todos aqui para ganhar a mesma compreensão da vida, nós não estamos todos aqui com as mesmas questões e muito certamente, as mesmas respostas não irão satisfazer a procura que cada um de nós quer ou deseja, mas como humildes estudantes e verdadeiros devotos na busca da verdade divina ou do verdadeiro caminho do guerreiro interior e santo (o kingi), na nossa luta quotidiana e interior, no fundo o nosso único objectivo e missão aqui é guardar como relíquia e manifestar colectivamente o poder e a consciência de todos os que estiveram, estão e estarão aqui a partilhar um momento da vida connosco. Respeitar a vida, honrar os nossos antepassados, amar os nossos irmãos e melhorarmo-nos a nós mesmos em cada dia que vivemos é a filosofia e a sabedoria do verdadeiro guerreiro, o guerreiro interior, o vencedor de si mesmo.

Endobelis Ampilua, um humilde estudante Lusitano de artes tradicionais Lusitanas e artes marciais orientais é o criador da Associação Lusitana de Kingiutari (SLK) em 2006.


As sagradas armas tradicionais do Kingiutari

Xastare é o nome em Lusitânico dado às sagradas armas tradicionais utilizadas no Kingiutari. Estas armas são tidas em grande estima e consideração pelos praticantes, por vezes mais do que o próprio instrutor ou mestre! As armas têm um lugar especial onde são guardadas e apresentadas. Elas são abordadas com respeito, cuidado e reverenciadas como se fossem objectos com vida própria. Entre os antigos guerreiros Lusitanos, acreditava-se que estas armas vieram directamente de Arêncio, o Deus-sol Lusitano da guerra, e são manifestações do próprio deus na terra. E assim, desde tempos remotos, o poder de Deus tem sido posto diversas vezes nas mãos do homem. No passado isto era visto como uma grande responsabilidade, hoje infelizmente, é mais qualquer coisa com que se abusa, mesmo com as melhores das intenções.

A espada tem sido durante milénios reverenciada e usada pelos homens como um símbolo do seu poder e da justiça. A espada foi um símbolo do poder temporal e espiritual. Por alguma razão, a espada foi vista como a força primordial do universo. A energia da espada foi adorada como uma manifestação de Deus. Muitas lendas e histórias ainda sobrevivem hoje, como a do rei Salomão, e a do rei Artur e a Excalibur (a espada sagrada) por exemplo.

Armas defensivas:

Escudo rectangular- Qetra.
Escudo redondo pequeno lusitano- Koetra.
Escudo redondo grande celtibero- Kurono.
Escudo oval celtico- Pelta.
Escudo côncavo pendurado ao peito- Peltra.
Escudo redondo pendurado ao pescoço para as mãos- Dale.

Proteções de couro casco simples preso ao queixo para a cabeça- Kudo.
Proteções de bronze ornadas de crinas para a cabeça- Kalea.
Proteções de viseira máscara para defesa do rosto- Bukula.
Proteções para o peito- Okrea.
Proteções para as pernas- Ogra.
Proteções para os braços- Ogre.

Armas ofensivas:

Espada curta tipo foice ou Falcata greco-macedónia- Konkri.
Falcata Lusitana- Isakki.
Falcata Celtibérica- Falkata.
Falcata Ibérica- Khrysa.

Espada longa Celta de duas antenas- Teki.
Espada Lusitana- Isekki.
Espada dupla- Sekalibure.
Espada nobre- Ispathe.
Espada longa de duas mãos ou Montante- Kunda.
Espada curva ou Sabre- Tulware.

Espada pequena ou Adaga- Maxoera.
Faca ou navalha- Kutare.
Punhal de guerra- Rranda.
Punhal ritual- Kirpa.

Armas de Haste:

Lança longa- Barçi.
Lança curta ou Falcata de haste a que se aplicava uma foice- Kadanha.
Arpão de madeira farpado na ponta.
Bidente ou lança cuja extremidade tinha duas lâminas.
Disco metálico de arremesso- Çakrame.
Falarica ou Chuço aguçado impregnado em pez que era incendiada- Falkra.
Gesso ou Lança leve de Ferro na ponta- Keso.
Lança de estoque de madeira com ponta de bronze.
Machado- Tapare.
Machado duplo
Machado de guerra- Tabare.
Machete
Sanião ou Dardo de madeira com ponta metálica- Sanioun.
Soliferra de arremesso toda em ferro- Irone.
Sude em madeira endurecida ao fogo aguçada nas duas pontas- Syde.
Tragula ou Dardo aguçado com lâmina em forma de anzol- Terakule.
Tridente ou lança cuja extremidade tinha tripla lâmina- Trado.

Armas de madeira ou couro:

Arco moderno- Kamane.
Bastão- Lati.
Pau- Caite.
Clava- Aklide.
Dispositivo de treino de pau com duas bolas de couro nas extremindades- Marti.
Espada falsa de madeira para treino- Sothi.
Flecha ou Seta moderna- Tïre.
Funda
Maça- Gurje.
Moca- Turolkurji.
Pau curto
Pau longo
Pau torto em forma de "s"- Morato.
Punhal falso de madeira- Kirpane.
Tamarindo- Öta.
Vara- Tarra.
Varapau- Tara.

Ornamentos:

Traje- Sago.
Calças de guerreiro- Braka.
Colares de pescoço- Torke.
Pulseiras de proteção- Virra.

 

Orações para Invocações rituais

Glória à Espada

Oh! Espada que cortas e golpeias o inimigo
Oh! Espada que abates os exércitos dos malvados e impuros
Belíssima tu és na batalha, dás a força
Ao guerreiro que segue o teu caminho!

 

Glória ao Espírito da Espada

Glória, Glória ao criador do Mundo
Libertador de toda a criação
Senhor dos homens e dos reis
Protector do meu caminho.

Glória, Glória ao Espírito da Espada!...

 

Meditação da Espada

A espada é a extensão do meu braço
É o espírito de Deus que se manifesta
No meu caminho, é a dança do guerreiro
Silencioso que somente serve aos seus
Conduzido pela vontade de Deus.

 

Derrotar o inimigo

Ó Deuses! Que no campo de batalha eu seja
Digno da espada forjada do vosso espírito
Supremo, que a minha mão honre o estandarte
Dos verdadeiros heróis que caíram no campo
De batalha, e que minha morte na luta
Pela liberdade derrote os nossos inimigos.

 

Vencer o inimigo

Nunca poderás vencer a minha espada
Manejada pela luz de deus, também
Não te podes esconder de mim, porque
Os olhos de deus são os meus, eles
Veem-te a ti e às trevas dentro de ti.



 
 

 


Contacto só para praticantes e membros
da comunidade nativa Lusitana:

[email protected]